terça-feira, 9 de outubro de 2012

virada

É como me sinto hoje! Sabem aqueles dias (ou semanas) em que tudo corre ao contrário do previsto? Em que por mais que nos desdobremos não conseguimos dar conta nem de metade das coisas que precisam da nossa atenção? Em que a sensação de cansaço e frustração nos vence? Em que só nos apetece mandar tudo ao ar e sair porta fora?

Pois. É assim que eu me sinto. E voltamos aos queixumes que eu queria tanto evitar, porque já estou fartinha deles; mas se me sinto assim, não vou estar aqui a dizer o contrário.

Preciso de tempo (mesmo, que eu não sou pessoa de perder tempo a olhar para o ar; se me queixo de falta de tempo, acreditem que não o tenho mesmo); preciso de tranquilidade; preciso de cuidar de mim; preciso de rotinas (sim, parece um disparate dizer isto, mas sinto que as rotinas foram todas ao ar); preciso de paciência.

Sobretudo, preciso de retomar o controlo de uma série de coisas - no trabalho, em casa e na família. Não estou a conseguir fazê-lo, seja lá por que motivo for - mas acho que predominam a frustração, o cansaço e o desapoio. Sinto-me desapoiada a todos os níveis. Estou farta de ser a única a ter que me lembrar das coisas, a ter que mandar todos os dias ou outros fazerem as suas tarefas rotineiras e das quais já todos deviam ter conhecimento; estou farta de ser invisível; estou farta de ser a burra de carga e a moura de trabalho. Em casa, no trabalho e sei lá mais aonde.

Bolas! Tenho uma porcaria de um calo num pé para arranjar há mais de quinze dias e nunca mais trato dele porque nunca consigo despachar tudo o que tenho para fazer a horas decentes; e não me apetece pôr-me a arranjar os pés depois da meia noite, quando acordo todos os dias antes das 7h.

As insónias continuam, o cansaço acumula-se cada vez mais, o tempo é cada vez menos. Não tarda dá-me na telha e saio porta fora. Mando tudo às urtigas - o trabalho (assim como assim, já lá vai quase um ano e ainda não estou a receber nada), a casa, a família e tudo o mais; e depois, salve-se quem puder.

Sabem que mais??? É isso mesmo que vou fazer. Vou calçar uns ténis e sair porta fora; pelo menos apanho ar e sempre queimo algumas calorias. Os outros que se virem.

6 comentários:

  1. Força querida Natacha =) Pede ajuda se for preciso. O marido há de ajudar. E quanto ao trabalho... eu sou apologista de que trabalhar para aquecer só mesmo o microondas.... =)
    Beijinhos!

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  2. Isso está mau por ai!! Arejar ajuda... votos de boa saida ;)

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  3. Calma Natacha!
    Todos nós temos momentos idênticos nas nossa vidas. Acredita!
    Mas não vale a pena lamentações, berrarias. Só piora a situação.A relação a dois começa a fragilizar-se e depois é tarde.
    Conselhos?
    O melhor mesmo é pedir ajuda na hora de fazer as coisas. Não vale a pena fazer e depois atirar à cara que não fez.
    Para nós, mulheres, mães, parece evidente que as coisas têm de ser feitas mas para os homens e mesmo para os filhos nem sempre é assim.
    Tens de ter paciência e começa a pensar em ti.
    Eu também sou defensora das rotinas. Não consigo viver sem elas. São o meu porto seguro.
    Faço as coisas, peço ajuda quando preciso e ainda arranjo tempo para passear. Temos de definir prioridades. É essencial para o nosso bem estar.
    Um beijinho grande a força!
    Manuela Santos

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  4. Como te compreendo! Deve ser do tempo, pois sinto-me exatamente como tu, só tenho pena de não poder sair porta fora, pois o meu trabalho não deixa. Mas que gostava de calçar uns tenis e ir apanhar ar.
    Pensa que um dia não são dias, se hoje te sentes assim, amanhã será outro dia e o sol sorrirá outra vez.
    Beijocas

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  5. Ás vezes é mesmo preciso "dar um murro na mesa", bater com a porta e ir arejar. Tenta levar as coisas mais no relax, não planear tanto e deixar as coisas irem acontecendo. Por mais que queiramos não podemos ter tudo debaixo da nossa asa.
    Tudo de bom!

    Beijos/ A Mãe

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  6. Desculpa lá Natasha, mas tu estás a trabalhar há um ano e ainda não recebeste nada??!! WTF, então andas a trabalhar para aquecer e dar cabo dos teus neurónios?? Já sigo o teu blog há algum tempo e infelizmente leio cada vez mais posts teus de cansaço ultimamente, de irritablidade com as rotinas perdidas, com tarefas inesgotáveis, algo que não acontecia antes do TA. Tens de parar e ponderar muito bem as vantagens e desvantagens... o tempo da escravatura já lá vai. Peço-te desculpa se estou a falar "do alto" mas como mulher e mãe tens de exigir mais respeito por aquilo que fazes e por quem és.
    Beijinhos

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